quinta-feira, 26 de julho de 2012

Luz no fim do túnel

E a vida volta a ter prazer... Tá, estou exagerando! Mas os últimos meses foram bem complicados.
Rapidamente: a empregada ficou doente numa Terça, no domingo me informou que não sabia quando voltaria, na quarta me falou que não voltaria mais. Quando se estabelece uma rotina para muda-la pode servem complicado, e essa foi. A limpeza estava acumulada, eu estava fora do ritmo de organização e com os três pequenos aprontando sem parar em casa. Liguei algumas vezes, chorando, para meu marido, pedindo para ele vir para casa para me ajudar, que eu não estava conseguindo. E ai para piorar, na primeira semana fiquei com o pescoço travado e na segunda semana tive uma pneumonia. Parece até brincadeira! E ai na terceira o Victor teve broncopneumonia, e na quarta fomos denunciados no conselho tutelar porque recusamos a internação do Victor e saímos do hospital sem alta.
Mas ai eu consegui pegar o ritmo de arrumar a casa, cuidar das criancas e cozinhar. Só que cansou e eu fugi para Bahia por alguns dias. Voltei aliviada e nesse meio tempo surgiram duas pessoas para me ajudar em casa, e, novamente, vejo luz no fim do túnel!!
É muito mais fácil dar a atenção que meus filhos merecem tendo ajuda para fazer as coisas da casa!! As criancas estão mais carinhosas, menos birrentas e a mamãe mais atenta e feliz!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Eu ia fazer um bolo...

Algumas tardes me dá vontade de comer um bolinho daqueles bem caseiros, que me lembram a minha infância (apesar que estes eram sempre aqueles bolos de caixa). Nesses dias eu costumo preparar o bolo do zero. E ai que hoje eu decidi que ia fazer. Com poucas opções de recheio, porque hoje é dia de compras, eu fui ver o que tinha de ingredientes. Ainda tinha ovos, ufa, deixei separado e fui procurar uma receita.
Enquanto procurava a receita percebi o Victor saindo do quarto, mas pensei que não havia nenhum dano que ele pudesse causar e deixei. Após 10 minutos achei a receita perfeita e fui até a cozinha. E lá estava Victor, com a caixa de ovos, sentado no chão, se deliciando com as cascas quebradas. Resultado: nada de bolo da tarde para mim.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

As loucuras que acontecem

Tem coisa que acontece em casa que parece saído de filme!
Hoje o Oliver estava sentado comendo melancia com um garfo de criança, ele resolveu sair da mesa com o garfo na boca, errou a saída, caiu, o garfo entrou na gengiva e lá ficou uns segundos, eu estava próxima e assisti a cena em horror. Eu estou traumatizada (hahhahahah), já ele chorou menos de um minuto, tomou um gole de água e voltou a pegar o garfo e e comer. Mais uns segundos e foi de novo sair com o garfo na mão, que eu, obviamente, não permiti e ele ficou bravo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quando pode ou não pode? E quando "desobedece"?

Dar liberdade para aprender na pratica requer um grande auto controle por parte dos adultos. A minha dificuldade, muitas vezes, está em definir se algo deveria ser proibido ou não. Eu entendo que muitas coisas vão do limite da casa (e dos pais), só que tem coisa que eu fico na duvida como agir.
Um exemplo, na hora de comer as crianças sentam-se à mesa, aos poucos já permito que se sirvam, tirei o Oliver da cadeirinha e ele se senta conosco. Hoje, como em muitos outros dias, o Victor decidiu fazer música com os talheres e começou a bate-los com força na mesa. O Oliver , ao ver o irmão fazer isso, começou a fazer igual. Eu falei "A gente não bate os talheres na mesa quando está comendo." Fui totalmente ignorada. Quando repeti recebi um "não" do Victor, falei pela terceira vez e ele pegou os talheres e jogou no chão.
E aí? Ele parou o batuque, mas depois de muito insistir e no fim jogou os talheres no chão. Agora escrevendo percebi que houve êxito, mas as vezes não há e eu acabo removendo os talheres fisicamente aos berros dele. Ai fico pensando que estou sendo grosseira com ele e não sei se estou indo pelo caminho certo.&&$'
Com a mais velha o negocio piora. Ela diz que não vai fazer ou vai continuar fazendo e o que me resta é apelar para o castigo. Eu peço, faça silencio, você vai acordar seus irmão; ela começa a se debater, gritar, chorar e falar alto, resultado? Os irmãos acordam. E ai?? Nao há nenhum tipo de consequência pelo comportamento?? Esses momentos são muito difíceis. As vezes ela quer só atenção, mas eu não tenho como dar naquele segundo, peço para ela esperar, mas ela não sabe esperar e fica fazendo barulho. O irmão nao dorme, começa a chorar, e eu demoro mais para atender o pedido dela.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Criação com Apego - Attachment Parenting




Quando engravidei da minha primeira filha eu só sabia uma coisa, queria ter parto normal. Morava em São Paulo há pouco tempo, então não sabia onde começar para encontrar um médico que fizesse parto normal. Com algumas semanas encontrei o GAMA e me encantei. Entrei para a lista de discussão do GAMA, criado e moderado pela parteira Ana Cristina Duarte, e o meu mundo se abriu. Lá tive a oportunidade de conhecer coisas das quais nunca havia ouvido falar. Dentre estas, a criação com apego, muito bem explicada por uma mulher que eu guardo no meu coração, pois seus emails mudaram a minha vida. Ainda me lembro de ver uma reportagem de uma mãe que amamentava suas duas filhas, não lembro a idade da mais velha, só me lembro que ela mamava deitada em um sofá de dois lugares, a mãe sentada em um canto. Isso me chocou, eu pensei que só amamentaria até 1 ano, e olha lá!
Eu vi muita coisa sobre cama compartilhada, não deixar chorar, mamar em livre demanda, o uso de slings e wraps e muitos outros detalhes que fazem toda a diferença. Insisti que precisava de um berço, não sabia ainda se eu iria querer a minha filha dormindo na cama comigo, comprei o berço, NUNCA usei, virou deposito de roupas. Era tão fácil dormir com a minha bebezinha ao meu lado. Eu não tinha que levantar para dar de mamar, podia fazer deitada e ter um pouco mais de descanso, e ela ficava feliz no calorzinho da mamãe. Comecei a ler a respeito e descobri muitos benefícios nisso, e até hoje mantemos a cama compartilhada, meu marido, eu e as três crianças. Eles tem o quarto deles para irem quando quiserem, mas nada é forçado, a mais velha já foi, ficou uma semana e pediu para voltar.
Amamentei a mais velha em livre demanda até ela decidir parar, com uns 3 anos. Amamentei grávida do segundo filho, amamentei-a depois que o segundo nasceu. Amamento direto há 5 anos! Não penso em quando vai parar, vai parar quando for bom para mim e para o meu pequeno.
Eu sempre tentei fazer o que meu coração mandava, seguir os instintos, aquela força que vem lá do peito, com uma necessidade de fazer ou não algo. E esses instintos não me permitiam deixar meus filhos chorando, me dava uma angustia muito grande.
A cada dia eu descubro algo novo que me ajuda a respeitar os meus filhos e criar pessoas mais felizes. A educação ativa veio para me ensinar o que é amor incondicional. Eu ouvia as pessoas dizerem que o amor por nossos filhos era incondicional, então porque eu ficava brava com meus filhos quando eles não supriam as minhas expectativas, quando não se comportavam como eu gostaria? Aprendi que amor incondicional não age em cima de expectativas, que não sou dona dos meus filhos, que não tenho direito de mandar nas vontades deles, de desrespeitar e ignorar essas vontades e desejos. Exercito isso todos os dias e fico muito feliz em sentir esse amor verdadeiramente incondicional.
Só entende a criação com apego quem pratica e só pratica quem dá uma oportunidade para conhecer algo diferente do que a sociedade estabeleceu como norma de criação para filhos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Um passo de cada Vez

Já tem alguns dias que estou pensando nesse post. Eu fiz uma viagem que já tinha agendado há alguns meses. Foram só 5 noites, a primeira viagem sem filhos desde que tive a primeira filha - 5 anos. E o caos se instalou. A rotina das crianças mudou completamente, o quarto que eu tinha arrumado está de pernas para o ar e as coisas que eu tinha arrumado para dar início à educação ativa foram por água abaixo.
E eu cheguei e me vi tomada por uma ansiedade que me doía o peito, me tirava o ar. E fui tentando colocar a casa nos eixos para começar do zero. Junto com isso eu tinha ligações para fazer, questões para resolver e a casa para organizar (parte pratica de roupas, comida, limpeza), que a empregada não deu conta de manter. E ainda tinha o curso que ia me tirar do ritmo por três dias inteiros!
Acordava de manhã já com falta de ar (ainda acordo), e ficava pensando por onde começar, comecei pelo que tinha prazo. Só que como o ambiente preparado das criancas estava "despreparado" eu me via a cada minuto lidando com crianças chorando, brigando, insatisfeitas. Apelei e a minha solução para esses dias atribulados tem sido a televisão. Isso dói em mim, mas foi o jeito que encontrei para terminar o que tinha prazo. Dai que na segunda eu senti um alívio e me veio um pensamento "Um passo de cada vez". E é isso que tem me ajudado a controlar a ansiedade de ver as coisas acontecendo na prática. Devagar, uma coisa por vez, as coisas vão entrar nos eixos, mas se eu ficar situando e, tentar fazer tudo de vez, nada vai sair como esperado.
Então é isso, UM PASSO DE CADA VEZ!

domingo, 29 de abril de 2012

Educação Ativa e A Família

A maioria de nós que iniciamos o processo de educação ativa nos deparamos com a questão de como lidar com os familiares. Essa semana estou passando por isso intensamente. Meu marido e eu vamos fazer a nossa primeira viagem sem filhos, desde que nos conhecemos. Eu nunca viajei sem eles e tenho trabalhado muito a minha ansiedade nas últimas semanas. A única pessoa que eu confio para ficar com eles é a minha sogra, que já teve bastante contato com eles, especialmente no fim do ano quando eu quebrei o pé e não conseguia cuidar das crianças sem ajuda. É claro que, como qualquer mulher que já teve filhos, ela tem os conceitos de criação dela muito bem formados e se torna difícil pedir que faça algo diferente do que sempre fez.
Decidi que não iria fazer pedidos muito difíceis antes da viagem, fiz uma lista com as recomendações básicas e estou contendo a minha ansiedade em pedi-la para fazer as coisas com amor, respeito e afeto, resumi o pedido a afeto, que é algo fácil de explicar. Também estou praticando sempre que estou em casa para que ela veja.
Passo o dia respirando fundo e pensando em como falar as coisas da forma mais delicada possível.
Mas surge a dúvida, aceitamos que seja feito diferente porque estamos aceitando ajuda ou aceitamos ajuda apenas se for feito do jeito que gostariamos?