quinta-feira, 24 de maio de 2012

Criação com Apego - Attachment Parenting




Quando engravidei da minha primeira filha eu só sabia uma coisa, queria ter parto normal. Morava em São Paulo há pouco tempo, então não sabia onde começar para encontrar um médico que fizesse parto normal. Com algumas semanas encontrei o GAMA e me encantei. Entrei para a lista de discussão do GAMA, criado e moderado pela parteira Ana Cristina Duarte, e o meu mundo se abriu. Lá tive a oportunidade de conhecer coisas das quais nunca havia ouvido falar. Dentre estas, a criação com apego, muito bem explicada por uma mulher que eu guardo no meu coração, pois seus emails mudaram a minha vida. Ainda me lembro de ver uma reportagem de uma mãe que amamentava suas duas filhas, não lembro a idade da mais velha, só me lembro que ela mamava deitada em um sofá de dois lugares, a mãe sentada em um canto. Isso me chocou, eu pensei que só amamentaria até 1 ano, e olha lá!
Eu vi muita coisa sobre cama compartilhada, não deixar chorar, mamar em livre demanda, o uso de slings e wraps e muitos outros detalhes que fazem toda a diferença. Insisti que precisava de um berço, não sabia ainda se eu iria querer a minha filha dormindo na cama comigo, comprei o berço, NUNCA usei, virou deposito de roupas. Era tão fácil dormir com a minha bebezinha ao meu lado. Eu não tinha que levantar para dar de mamar, podia fazer deitada e ter um pouco mais de descanso, e ela ficava feliz no calorzinho da mamãe. Comecei a ler a respeito e descobri muitos benefícios nisso, e até hoje mantemos a cama compartilhada, meu marido, eu e as três crianças. Eles tem o quarto deles para irem quando quiserem, mas nada é forçado, a mais velha já foi, ficou uma semana e pediu para voltar.
Amamentei a mais velha em livre demanda até ela decidir parar, com uns 3 anos. Amamentei grávida do segundo filho, amamentei-a depois que o segundo nasceu. Amamento direto há 5 anos! Não penso em quando vai parar, vai parar quando for bom para mim e para o meu pequeno.
Eu sempre tentei fazer o que meu coração mandava, seguir os instintos, aquela força que vem lá do peito, com uma necessidade de fazer ou não algo. E esses instintos não me permitiam deixar meus filhos chorando, me dava uma angustia muito grande.
A cada dia eu descubro algo novo que me ajuda a respeitar os meus filhos e criar pessoas mais felizes. A educação ativa veio para me ensinar o que é amor incondicional. Eu ouvia as pessoas dizerem que o amor por nossos filhos era incondicional, então porque eu ficava brava com meus filhos quando eles não supriam as minhas expectativas, quando não se comportavam como eu gostaria? Aprendi que amor incondicional não age em cima de expectativas, que não sou dona dos meus filhos, que não tenho direito de mandar nas vontades deles, de desrespeitar e ignorar essas vontades e desejos. Exercito isso todos os dias e fico muito feliz em sentir esse amor verdadeiramente incondicional.
Só entende a criação com apego quem pratica e só pratica quem dá uma oportunidade para conhecer algo diferente do que a sociedade estabeleceu como norma de criação para filhos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Um passo de cada Vez

Já tem alguns dias que estou pensando nesse post. Eu fiz uma viagem que já tinha agendado há alguns meses. Foram só 5 noites, a primeira viagem sem filhos desde que tive a primeira filha - 5 anos. E o caos se instalou. A rotina das crianças mudou completamente, o quarto que eu tinha arrumado está de pernas para o ar e as coisas que eu tinha arrumado para dar início à educação ativa foram por água abaixo.
E eu cheguei e me vi tomada por uma ansiedade que me doía o peito, me tirava o ar. E fui tentando colocar a casa nos eixos para começar do zero. Junto com isso eu tinha ligações para fazer, questões para resolver e a casa para organizar (parte pratica de roupas, comida, limpeza), que a empregada não deu conta de manter. E ainda tinha o curso que ia me tirar do ritmo por três dias inteiros!
Acordava de manhã já com falta de ar (ainda acordo), e ficava pensando por onde começar, comecei pelo que tinha prazo. Só que como o ambiente preparado das criancas estava "despreparado" eu me via a cada minuto lidando com crianças chorando, brigando, insatisfeitas. Apelei e a minha solução para esses dias atribulados tem sido a televisão. Isso dói em mim, mas foi o jeito que encontrei para terminar o que tinha prazo. Dai que na segunda eu senti um alívio e me veio um pensamento "Um passo de cada vez". E é isso que tem me ajudado a controlar a ansiedade de ver as coisas acontecendo na prática. Devagar, uma coisa por vez, as coisas vão entrar nos eixos, mas se eu ficar situando e, tentar fazer tudo de vez, nada vai sair como esperado.
Então é isso, UM PASSO DE CADA VEZ!